MULETAS E VIADUTOS
No meio do “Rush” carioca.
atrás de uma fileira de capotas,
soltei alguns jogos mentais.
Dali do vigésimo veículo antes do semáforo,
formei anagramas ( motor para o morto),
pensei em correias dentadas,
quis digerir e dirigir motoristas,
misturar montanhas e poltronas,
muletas, viadutos
e a Ponte Rio-Niterói.
E eu percebi.
Após um pôr do sol dourado
que me inspirava,
após passar por sete camadas de percepção,
e apenas dois faróis de trânsito,
que tudo é fácil quando podemos respirar,
e sonhar com rodas de madeira;
que a inquietação do homem
contraria as sarjetas, o indefinível
os para-brisas
a luz dos freios.
O tráfego continua carregado
DO LIVRO:"A CIDADE POSSÍVEL"