Início, Meio, Fim e Recomeço – Parte 1
“15 O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.
16 E os vinte e quatro anciãos que se encontram sentados no seu trono, diante de Deus, prostraram-se sobre o seu rosto e adoraram a Deus,
17 dizendo: Graças te damos, Senhor Deus, Todo-Poderoso, que és e que eras, porque assumiste o teu grande poder e passaste a reinar.
18 Na verdade, as nações se enfureceram; chegou, porém, a tua ira, e o tempo determinado para serem julgados os mortos, para se dar o galardão aos teus servos, os profetas, aos santos e aos que temem o teu nome, tanto aos pequenos como aos grandes, e para destruíres os que destroem a terra.” (Apocalipse 11.15-18)
Não ocorreu ainda o evento aqui descrito, tão aguardado pelos cristãos; tanto os que estão no céu, quanto os que vivem na Terra, quando Cristo passará a reinar com os santos sobre todas as nações, a partir da Sua segunda vinda que inaugurará o período do Milênio.
Somente a partir de então, ver-se-á o Direito Divino sendo a única lei que regerá a tudo e a todos no mundo, a partir do governo central em Jerusalém pelo Rei dos reis, quando o governo e todas as posições de liderança serão entregues aos santos glorificados, para que tudo seja feito em estrita obediência à justiça divina, como se vê em Apocalipse 11.18, anteriormente citado, e em várias outras passagens bíblicas.
“Até que veio o Ancião de Dias e fez justiça aos santos do Altíssimo; e veio o tempo em que os santos possuíram o reino.” (Daniel 7.22)
“Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.” (Mateus 5.5)
“17 Respondeu-lhe o Senhor: Muito bem, servo bom; porque foste fiel no pouco, terás autoridade sobre dez cidades.
18 Veio o segundo, dizendo: Senhor, a tua mina rendeu cinco.
19 A este disse: Terás autoridade sobre cinco cidades.” (Lucas 19.17-19)
Através dos séculos, Deus está chamando e convertendo a Si, aqueles que haverão de reinar para sempre com Cristo.
A pedra que foi cortada, na visão de Daniel que esmiuçará todos os reinos do mundo, ainda não concluiu o seu trabalho, conforme é visto na profecia de Apocalipse 11.15-18, destacada no texto de abertura deste nosso livro.
“34 Quando estavas olhando, uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos, feriu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou.
35 Então, foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a palha das eiras no estio, e o vento os levou, e deles não se viram mais vestígios. Mas a pedra que feriu a estátua se tornou em grande montanha, que encheu toda a terra.” (Daniel 2.34,35)
Há, portanto um firme fundamento para a esperança em dias melhores, em um mundo melhor, infinitamente melhor, conforme foi previamente revelado por Deus em Sua Palavra, desde o princípio.
Entretanto, há necessidade de visão espiritual, de que nossos olhos sejam abertos pelo Espírito Santo para entender o plano de Deus relativo à humanidade, para que não coloquemos nossa esperança em coisas vãs ou falsas.
A grande verdade central é que foi dado por Deus Pai, a Jesus, o governo sobre tudo e todos, ainda antes da fundação do mundo.
Mas, Seu governo não é deste mundo, conforme Ele mesmo afirmou, ou seja, não segundo o modo de governo dos reis da terra, nem mesmo segundo as leis do chamado direito positivo, ou até mesmo natural, quando este é formulado pela razão humana, e não mediante a vontade real de Deus.
As leis do reino dos céus, do reino de Deus, ou de Cristo, que é o mesmo, são válidas tanto para o céu, quanto serão para a terra quando Jesus assumir o governo do mundo a partir de Sua segunda vinda.
Enquanto houver ímpios em qualquer posição de liderança, não pode haver a manifestação plena e perfeita do governo do Senhor sobre todos os homens - esta foi a razão, porque Ele recusou peremptoriamente ser aclamado rei, pelos judeus, enquanto aqui esteve em Seu ministério terreno.
Ele é Rei dos reis e Senhor dos senhores, mas não juntamente com os ímpios. Seu reino será com os santos, e somente a eles será dado o governo, porque foi determinado por Deus antes dos tempos eternos; e na verdade, é a única forma de existir um reino de justiça e paz. Tanto que no Milênio, todo o armamento será destruído e transformado em maquinaria agrícola, e isto será feito em todas as partes do Globo. Tudo o que é profano, pornográfico e ofensivo será recolhido pelos anjos, e creio, até mesmo pelos santos em seus corpos glorificados, dotados de poderes sobrenaturais extraordinários.
“2 Nos últimos dias, acontecerá que o monte da Casa do SENHOR será estabelecido no cimo dos montes e se elevará sobre os outeiros, e para ele afluirão todos os povos.
3 Irão muitas nações e dirão: Vinde, e subamos ao monte do SENHOR e à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos pelas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e a palavra do SENHOR, de Jerusalém.
4 Ele julgará entre os povos e corrigirá muitas nações; estas converterão as suas espadas em relhas de arados e suas lanças, em podadeiras; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra.” (Isaías 2.2-4).
“37 E ele respondeu: O que semeia a boa semente é o Filho do Homem;
38 o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o joio são os filhos do maligno;
39 o inimigo que o semeou é o diabo; a ceifa é a consumação do século, e os ceifeiros são os anjos.
40 Pois, assim como o joio é colhido e lançado ao fogo, assim será na consumação do século.
41 Mandará o Filho do Homem os seus anjos, que ajuntarão do seu reino todos os escândalos e os que praticam a iniquidade
42 e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes.
43 Então, os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.” (Mateus 13.37-43)
Este é o plano geral, para o qual concorrem todas as ações que já aconteceram na Terra, as que estão em curso, e as que ainda acontecerão.
Importa que a iniquidade se multiplique, até o ponto de ser plenamente enchido o cálice do juízo divino, e então Cristo se manifestará em poder e grande glória, para julgar as nações e estabelecer o Seu reino de justiça e paz duradouros.
Deus não criou a Terra para ser dominada pelo ímpio, não a criou para ser um caos, onde predomine a violência, a injustiça, e toda sorte de ações pecaminosas, senão para a justiça e a paz, o que só será possível, como tem sido testemunhado pelos séculos afora, quando Cristo voltar.
Tentativas anteriores para se estabelecer um governo justo no mundo, com base no direito divino revelou essa impossibilidade, enquanto o ímpio acessa às posições de poder, e na verdade, não há como ser impedido, porque a maior parte da humanidade é composta não por pessoas piedosas, mas ímpias.
Com isso a justiça divina padece, e não somente ela, como também a própria justiça natural e humana.
À nação de Israel Deus se revelou e formou um governo teocrático, fundado na lei que deu a Moisés, que segundo o testemunho do próprio servo do Senhor, não havia igual em todas as nações da Terra, que fosse tão justa e perfeita.
Mas, a pecaminosidade que havia entre os israelitas, nunca permitiu que houvesse um período do qual se pudesse dizer, que a vontade de Deus foi feita de modo perfeito entre o Seu povo, e que Sua justiça divina prevaleceu entre eles.
O período que talvez, mais tenha se aproximado disto foi o do Rei Davi, mas nós vemos quantas conturbações e sedições ele teve que enfrentar da parte de seus próprios filhos, de Seba, Aitofel, entre outros, que também eram líderes em Israel.
Calvino, inspirado pelo livro de Agostinho, intitulado A Cidade de Deus, tentou estabelecer um governo baseado nas leis divinas em Genebra, mas também viu naufragar seu sonho de uma nação justa, que vivesse na prática da justiça. E, ele mesmo cometeu muitos erros no exercício da sua autoridade sobre os cidadãos, a par de todas as suas melhores intenções de fazer somente o que fosse justo, e segundo as Escrituras.
Enquanto o ímpio prevalecer na Terra, e os crentes estiverem em sua condição de fraqueza presente, importa que haja um governo que siga as leis do direito positivo, porque não se pode aplicar leis tão perfeitas, justas e boas a malfeitores, que devem ser contidos com mão de ferro. Daí a autoridade terrena trazer a espada, para ser ministro de Deus no mundo de pecado, enquanto se aguarda pela inauguração do reino de justiça de Cristo, com as leis perfeitas de Deus, que são espirituais e celestiais.
Por exemplo, a lei divina não pode permitir que o culpado seja inocentado, nem o inocente culpabilizado. Assim, também é prescrito pelo direito positivo de todas as nações. Só que a lei divina acrescenta um ponto, que não pode constar no direito positivo humano, a saber, que o perdão pode e será dado àquele que confessar sua culpa e se arrepender.
Se aqui é perdoado pela lei de Deus; pela dos homens tem a razão da sua condenação, que pode ser até mesmo a pena capital, pois o que confessa seu crime deve ser penalizado e não absolvido, segundo o direito positivo.
Nenhuma lei terrena ordena o amor aos inimigos, ou a adoração exclusiva do Deus da Bíblia, ou a humildade, a mansidão, a misericórdia, o amor ao próximo; e convém até mesmo, que não prescreva preceitos e penas para tais casos e outros semelhantes, de fundo moral e espiritual, porque poucos escapariam de serem condenados, e de não serem excluídos do convívio social.
Já a lei divina, que é espiritual e celestial, que é a lei que rege os súditos do seu reino, vai muito além de tudo isso, e ordena até mesmo, que as intenções do coração sejam puras, e que todos vivam em verdadeira piedade e santidade.
A lei divina exige antes de tudo, que o súdito seja justificado do pecado e nasça de novo do Espírito Santo, para o recebimento de uma nova natureza santa, e assim está obrigado a mortificar a velha natureza decaída no pecado.
Árvores más não podem ser admitidas no reino de Cristo, de maneira que sendo esta a condição natural de todo homem, requer-se que pela conversão, seja transformado em boa árvore, para que dê bons frutos para Deus.
Se não ocorrer tal transformação em árvore boa, pode ser esquecida qualquer possibilidade de participação no Reino de Deus.
Este Reino está presente no coração de todo crente verdadeiro, pois não lhe vem com aparência visível externa, não pode ser testemunhado pelos que são de fora, senão somente por aqueles que têm sido chamados e justificados.
O Rei Jesus já governa sobre Seus súditos, e Ele mesmo escreve Suas leis em suas mentes e corações; e o que ensina, Ele mesmo os leva a cumprir pelo Seu poder. Ele não é um professor de meras informações, mas de formação. O que ministra, Ele mesmo implanta, e é nisto que repousa a garantia de que todos os Seus súditos virão a ser perfeitamente justos e santos.
Eles estão sendo preparados, para governarem todas as nações da Terra juntamente com Ele, porque os que são participantes de um reino de justiça devem ser também justos.
À luz destas verdades podemos compreender muitas coisas, do modo pelo qual convém serem entendidas.
Por exemplo, quando o Senhor nos ordenou dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus, o que estava sendo enfatizado é justamente, esta distinção que há entre os reinos deste mundo e o reino de Deus, ou dos Céus.
O que é de César, apesar de estar sujeito também à soberania divina, não é necessariamente conforme a justiça de Deus. Pode até mesmo ser injusto, porque como vimos, o direito positivo terreno, que trata de relações comerciais, de posse e uso de bens e direitos e de todas as coisas relativas a esta vida, nem sempre segue o que é justo, e muito menos o que é justo conforme definido pelas leis de Deus.
Todavia, no que não é contrário à vontade expressa do Senhor como, por exemplo, o direito de recolher impostos dos cidadãos; o crente deve ser o mais exemplar possível, pois lhe é determinado por Deus, por conta do testemunho que deve dar no mundo, de que segue a justiça, a paz e a ordem, sendo um bom cidadão, cumpridor de todos os seus deveres.
Mas isso não é tudo, porque se o homem deve ser justo para com o homem, o cidadão do reino dos céus deve ser também justo para com Deus, ou seja, ele deve seguir antes de tudo, a lei maior e superior que não é deste mundo, mas que é eterna e celestial, conforme revelada na Palavra e aplicada pelo Espírito Santo à sua vida.
Importa antes, obedecer a Deus do que aos homens, ou seja, a justiça divina deve ser observada, antes de se observar a justiça dos homens, ainda que esta última não deve ser desconsiderada no que não seja contrária à de Deus.
Veja o caso dos apóstolos, que foram proibidos pelo Sinédrio de pregarem o evangelho. Eles não obedeceram a ordem e continuaram pregando, porque haviam recebido uma ordem direta da parte de Jesus, para fazê-lo em todas as nações.
Ainda que fossem presos, perseguidos, mortos, por estarem desobedecendo o preceito dos judeus incrédulos, continuariam a cumprir o mandamento do Senhor, e sendo reprovados pelos homens - neste caso, seriam aprovados por Deus.
Muito diferente foi a aclamação feita por algumas pessoas e até mesmo por algumas lideranças religiosas em prol da libertação de um ex-presidente, convocando à rebelião civil, e fundamentando seus argumentos justamente no caso que acabamos de citar, relativo aos apóstolos que desobedeceram as autoridades de Israel.
Observe a diferença flae:
Os apóstolos não proclamaram nenhuma rebelião civil das massas contra as autoridades constituídas sobre eles.
Eles seguiram sendo submissos à autoridade, nas coisas em que eram prescritas na lei civil.
Eles não estavam agindo para libertar um malfeitor, e livrá-lo da pena prescrita a crimes comuns, como é o caso do ex-presidente.
Ninguém em sã consciência, que sendo esclarecido por Deus e pelas Escrituras pedirá que seja posto em liberdade, um criminoso por crimes comuns, sob a alegação de que Deus perdoa pecadores.
Ora, o criminoso poderá confessar seu crime, seus pecados, arrepender-se, voltar-se para Deus, e será perdoado por Ele, recebido como filho, mas deve cumprir a pena que é prevista na lei dos homens para seu crime.
São coisas separadas, portanto devem ser assim consideradas sempre, a saber, o direito positivo baseado nas leis dos parlamentos das nações, e o direito divino, baseado nas leis espirituais e celestiais.
Como as coisas estão dispostas presentemente com tal dualidade, esta é um dos motivos de os crentes serem perseguidos pelos ímpios.
Qual a razão disso?
Simplesmente, porque seguem uma determinada religião?
Porque sua religião é diferente da dos seus perseguidores?
Não necessariamente.
O grande motivo é que eles têm outras leis para observar e guardar, além das que são seguidas pela sociedade em que vivem.
Eles não estão obrigados somente ao direito natural e positivo, mas também ao divino.
Uma pessoa não crente pode, e geralmente é aprovada pela sociedade, pelo governo, pelos magistrados, quando não comete delitos prescritos em lei que são passíveis de pena. Com isso, não são poucos os que se consideram aprovados também por Deus, porque nunca foram devedores da justiça dos homens.
Eles nunca mataram. nunca roubaram, nunca passaram ninguém para trás de forma dolosa e criminosa, e por isso se julgam pessoas exemplares e justas.
Todavia, para Deus, para satisfação da Sua justiça, muito mais é exigido; a começar por se crer em Cristo para ser o Senhor e Salvador de nossas vidas. Depois, guardar os mandamentos de Cristo em busca de uma verdadeira santificação.
Início, Meio, Fim e Recomeço – Parte 1
“15 O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.
16 E os vinte e quatro anciãos que se encontram sentados no seu trono, diante de Deus, prostraram-se sobre o seu rosto e adoraram a Deus,
17 dizendo: Graças te damos, Senhor Deus, Todo-Poderoso, que és e que eras, porque assumiste o teu grande poder e passaste a reinar.
18 Na verdade, as nações se enfureceram; chegou, porém, a tua ira, e o tempo determinado para serem julgados os mortos, para se dar o galardão aos teus servos, os profetas, aos santos e aos que temem o teu nome, tanto aos pequenos como aos grandes, e para destruíres os que destroem a terra.” (Apocalipse 11.15-18)
Não ocorreu ainda o evento aqui descrito, tão aguardado pelos cristãos; tanto os que estão no céu, quanto os que vivem na Terra, quando Cristo passará a reinar com os santos sobre todas as nações, a partir da Sua segunda vinda que inaugurará o período do Milênio.
Somente a partir de então, ver-se-á o Direito Divino sendo a única lei que regerá a tudo e a todos no mundo, a partir do governo central em Jerusalém pelo Rei dos reis, quando o governo e todas as posições de liderança serão entregues aos santos glorificados, para que tudo seja feito em estrita obediência à justiça divina, como se vê em Apocalipse 11.18, anteriormente citado, e em várias outras passagens bíblicas.
“Até que veio o Ancião de Dias e fez justiça aos santos do Altíssimo; e veio o tempo em que os santos possuíram o reino.” (Daniel 7.22)
“Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.” (Mateus 5.5)
“17 Respondeu-lhe o Senhor: Muito bem, servo bom; porque foste fiel no pouco, terás autoridade sobre dez cidades.
18 Veio o segundo, dizendo: Senhor, a tua mina rendeu cinco.
19 A este disse: Terás autoridade sobre cinco cidades.” (Lucas 19.17-19)
Através dos séculos, Deus está chamando e convertendo a Si, aqueles que haverão de reinar para sempre com Cristo.
A pedra que foi cortada, na visão de Daniel que esmiuçará todos os reinos do mundo, ainda não concluiu o seu trabalho, conforme é visto na profecia de Apocalipse 11.15-18, destacada no texto de abertura deste nosso livro.
“34 Quando estavas olhando, uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos, feriu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou.
35 Então, foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a palha das eiras no estio, e o vento os levou, e deles não se viram mais vestígios. Mas a pedra que feriu a estátua se tornou em grande montanha, que encheu toda a terra.” (Daniel 2.34,35)
Há, portanto um firme fundamento para a esperança em dias melhores, em um mundo melhor, infinitamente melhor, conforme foi previamente revelado por Deus em Sua Palavra, desde o princípio.
Entretanto, há necessidade de visão espiritual, de que nossos olhos sejam abertos pelo Espírito Santo para entender o plano de Deus relativo à humanidade, para que não coloquemos nossa esperança em coisas vãs ou falsas.
A grande verdade central é que foi dado por Deus Pai, a Jesus, o governo sobre tudo e todos, ainda antes da fundação do mundo.
Mas, Seu governo não é deste mundo, conforme Ele mesmo afirmou, ou seja, não segundo o modo de governo dos reis da terra, nem mesmo segundo as leis do chamado direito positivo, ou até mesmo natural, quando este é formulado pela razão humana, e não mediante a vontade real de Deus.
As leis do reino dos céus, do reino de Deus, ou de Cristo, que é o mesmo, são válidas tanto para o céu, quanto serão para a terra quando Jesus assumir o governo do mundo a partir de Sua segunda vinda.
Enquanto houver ímpios em qualquer posição de liderança, não pode haver a manifestação plena e perfeita do governo do Senhor sobre todos os homens - esta foi a razão, porque Ele recusou peremptoriamente ser aclamado rei, pelos judeus, enquanto aqui esteve em Seu ministério terreno.
Ele é Rei dos reis e Senhor dos senhores, mas não juntamente com os ímpios. Seu reino será com os santos, e somente a eles será dado o governo, porque foi determinado por Deus antes dos tempos eternos; e na verdade, é a única forma de existir um reino de justiça e paz. Tanto que no Milênio, todo o armamento será destruído e transformado em maquinaria agrícola, e isto será feito em todas as partes do Globo. Tudo o que é profano, pornográfico e ofensivo será recolhido pelos anjos, e creio, até mesmo pelos santos em seus corpos glorificados, dotados de poderes sobrenaturais extraordinários.
“2 Nos últimos dias, acontecerá que o monte da Casa do SENHOR será estabelecido no cimo dos montes e se elevará sobre os outeiros, e para ele afluirão todos os povos.
3 Irão muitas nações e dirão: Vinde, e subamos ao monte do SENHOR e à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos pelas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e a palavra do SENHOR, de Jerusalém.
4 Ele julgará entre os povos e corrigirá muitas nações; estas converterão as suas espadas em relhas de arados e suas lanças, em podadeiras; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra.” (Isaías 2.2-4).
“37 E ele respondeu: O que semeia a boa semente é o Filho do Homem;
38 o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o joio são os filhos do maligno;
39 o inimigo que o semeou é o diabo; a ceifa é a consumação do século, e os ceifeiros são os anjos.
40 Pois, assim como o joio é colhido e lançado ao fogo, assim será na consumação do século.
41 Mandará o Filho do Homem os seus anjos, que ajuntarão do seu reino todos os escândalos e os que praticam a iniquidade
42 e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes.
43 Então, os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.” (Mateus 13.37-43)
Este é o plano geral, para o qual concorrem todas as ações que já aconteceram na Terra, as que estão em curso, e as que ainda acontecerão.
Importa que a iniquidade se multiplique, até o ponto de ser plenamente enchido o cálice do juízo divino, e então Cristo se manifestará em poder e grande glória, para julgar as nações e estabelecer o Seu reino de justiça e paz duradouros.
Deus não criou a Terra para ser dominada pelo ímpio, não a criou para ser um caos, onde predomine a violência, a injustiça, e toda sorte de ações pecaminosas, senão para a justiça e a paz, o que só será possível, como tem sido testemunhado pelos séculos afora, quando Cristo voltar.
Tentativas anteriores para se estabelecer um governo justo no mundo, com base no direito divino revelou essa impossibilidade, enquanto o ímpio acessa às posições de poder, e na verdade, não há como ser impedido, porque a maior parte da humanidade é composta não por pessoas piedosas, mas ímpias.
Com isso a justiça divina padece, e não somente ela, como também a própria justiça natural e humana.
À nação de Israel Deus se revelou e formou um governo teocrático, fundado na lei que deu a Moisés, que segundo o testemunho do próprio servo do Senhor, não havia igual em todas as nações da Terra, que fosse tão justa e perfeita.
Mas, a pecaminosidade que havia entre os israelitas, nunca permitiu que houvesse um período do qual se pudesse dizer, que a vontade de Deus foi feita de modo perfeito entre o Seu povo, e que Sua justiça divina prevaleceu entre eles.
O período que talvez, mais tenha se aproximado disto foi o do Rei Davi, mas nós vemos quantas conturbações e sedições ele teve que enfrentar da parte de seus próprios filhos, de Seba, Aitofel, entre outros, que também eram líderes em Israel.
Calvino, inspirado pelo livro de Agostinho, intitulado A Cidade de Deus, tentou estabelecer um governo baseado nas leis divinas em Genebra, mas também viu naufragar seu sonho de uma nação justa, que vivesse na prática da justiça. E, ele mesmo cometeu muitos erros no exercício da sua autoridade sobre os cidadãos, a par de todas as suas melhores intenções de fazer somente o que fosse justo, e segundo as Escrituras.
Enquanto o ímpio prevalecer na Terra, e os crentes estiverem em sua condição de fraqueza presente, importa que haja um governo que siga as leis do direito positivo, porque não se pode aplicar leis tão perfeitas, justas e boas a malfeitores, que devem ser contidos com mão de ferro. Daí a autoridade terrena trazer a espada, para ser ministro de Deus no mundo de pecado, enquanto se aguarda pela inauguração do reino de justiça de Cristo, com as leis perfeitas de Deus, que são espirituais e celestiais.
Por exemplo, a lei divina não pode permitir que o culpado seja inocentado, nem o inocente culpabilizado. Assim, também é prescrito pelo direito positivo de todas as nações. Só que a lei divina acrescenta um ponto, que não pode constar no direito positivo humano, a saber, que o perdão pode e será dado àquele que confessar sua culpa e se arrepender.
Se aqui é perdoado pela lei de Deus; pela dos homens tem a razão da sua condenação, que pode ser até mesmo a pena capital, pois o que confessa seu crime deve ser penalizado e não absolvido, segundo o direito positivo.
Nenhuma lei terrena ordena o amor aos inimigos, ou a adoração exclusiva do Deus da Bíblia, ou a humildade, a mansidão, a misericórdia, o amor ao próximo; e convém até mesmo, que não prescreva preceitos e penas para tais casos e outros semelhantes, de fundo moral e espiritual, porque poucos escapariam de serem condenados, e de não serem excluídos do convívio social.
Já a lei divina, que é espiritual e celestial, que é a lei que rege os súditos do seu reino, vai muito além de tudo isso, e ordena até mesmo, que as intenções do coração sejam puras, e que todos vivam em verdadeira piedade e santidade.
A lei divina exige antes de tudo, que o súdito seja justificado do pecado e nasça de novo do Espírito Santo, para o recebimento de uma nova natureza santa, e assim está obrigado a mortificar a velha natureza decaída no pecado.
Árvores más não podem ser admitidas no reino de Cristo, de maneira que sendo esta a condição natural de todo homem, requer-se que pela conversão, seja transformado em boa árvore, para que dê bons frutos para Deus.
Se não ocorrer tal transformação em árvore boa, pode ser esquecida qualquer possibilidade de participação no Reino de Deus.
Este Reino está presente no coração de todo crente verdadeiro, pois não lhe vem com aparência visível externa, não pode ser testemunhado pelos que são de fora, senão somente por aqueles que têm sido chamados e justificados.
O Rei Jesus já governa sobre Seus súditos, e Ele mesmo escreve Suas leis em suas mentes e corações; e o que ensina, Ele mesmo os leva a cumprir pelo Seu poder. Ele não é um professor de meras informações, mas de formação. O que ministra, Ele mesmo implanta, e é nisto que repousa a garantia de que todos os Seus súditos virão a ser perfeitamente justos e santos.
Eles estão sendo preparados, para governarem todas as nações da Terra juntamente com Ele, porque os que são participantes de um reino de justiça devem ser também justos.
À luz destas verdades podemos compreender muitas coisas, do modo pelo qual convém serem entendidas.
Por exemplo, quando o Senhor nos ordenou dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus, o que estava sendo enfatizado é justamente, esta distinção que há entre os reinos deste mundo e o reino de Deus, ou dos Céus.
O que é de César, apesar de estar sujeito também à soberania divina, não é necessariamente conforme a justiça de Deus. Pode até mesmo ser injusto, porque como vimos, o direito positivo terreno, que trata de relações comerciais, de posse e uso de bens e direitos e de todas as coisas relativas a esta vida, nem sempre segue o que é justo, e muito menos o que é justo conforme definido pelas leis de Deus.
Todavia, no que não é contrário à vontade expressa do Senhor como, por exemplo, o direito de recolher impostos dos cidadãos; o crente deve ser o mais exemplar possível, pois lhe é determinado por Deus, por conta do testemunho que deve dar no mundo, de que segue a justiça, a paz e a ordem, sendo um bom cidadão, cumpridor de todos os seus deveres.
Mas isso não é tudo, porque se o homem deve ser justo para com o homem, o cidadão do reino dos céus deve ser também justo para com Deus, ou seja, ele deve seguir antes de tudo, a lei maior e superior que não é deste mundo, mas que é eterna e celestial, conforme revelada na Palavra e aplicada pelo Espírito Santo à sua vida.
Importa antes, obedecer a Deus do que aos homens, ou seja, a justiça divina deve ser observada, antes de se observar a justiça dos homens, ainda que esta última não deve ser desconsiderada no que não seja contrária à de Deus.
Veja o caso dos apóstolos, que foram proibidos pelo Sinédrio de pregarem o evangelho. Eles não obedeceram a ordem e continuaram pregando, porque haviam recebido uma ordem direta da parte de Jesus, para fazê-lo em todas as nações.
Ainda que fossem presos, perseguidos, mortos, por estarem desobedecendo o preceito dos judeus incrédulos, continuariam a cumprir o mandamento do Senhor, e sendo reprovados pelos homens - neste caso, seriam aprovados por Deus.
Muito diferente foi a aclamação feita por algumas pessoas e até mesmo por algumas lideranças religiosas em prol da libertação de um ex-presidente, convocando à rebelião civil, e fundamentando seus argumentos justamente no caso que acabamos de citar, relativo aos apóstolos que desobedeceram as autoridades de Israel.
Observe a diferença flae:
Os apóstolos não proclamaram nenhuma rebelião civil das massas contra as autoridades constituídas sobre eles.
Eles seguiram sendo submissos à autoridade, nas coisas em que eram prescritas na lei civil.
Eles não estavam agindo para libertar um malfeitor, e livrá-lo da pena prescrita a crimes comuns, como é o caso do ex-presidente.
Ninguém em sã consciência, que sendo esclarecido por Deus e pelas Escrituras pedirá que seja posto em liberdade, um criminoso por crimes comuns, sob a alegação de que Deus perdoa pecadores.
Ora, o criminoso poderá confessar seu crime, seus pecados, arrepender-se, voltar-se para Deus, e será perdoado por Ele, recebido como filho, mas deve cumprir a pena que é prevista na lei dos homens para seu crime.
São coisas separadas, portanto devem ser assim consideradas sempre, a saber, o direito positivo baseado nas leis dos parlamentos das nações, e o direito divino, baseado nas leis espirituais e celestiais.
Como as coisas estão dispostas presentemente com tal dualidade, esta é um dos motivos de os crentes serem perseguidos pelos ímpios.
Qual a razão disso?
Simplesmente, porque seguem uma determinada religião?
Porque sua religião é diferente da dos seus perseguidores?
Não necessariamente.
O grande motivo é que eles têm outras leis para observar e guardar, além das que são seguidas pela sociedade em que vivem.
Eles não estão obrigados somente ao direito natural e positivo, mas também ao divino.
Uma pessoa não crente pode, e geralmente é aprovada pela sociedade, pelo governo, pelos magistrados, quando não comete delitos prescritos em lei que são passíveis de pena. Com isso, não são poucos os que se consideram aprovados também por Deus, porque nunca foram devedores da justiça dos homens.
Eles nunca mataram. nunca roubaram, nunca passaram ninguém para trás de forma dolosa e criminosa, e por isso se julgam pessoas exemplares e justas.
Todavia, para Deus, para satisfação da Sua justiça, muito mais é exigido; a começar por se crer em Cristo para ser o Senhor e Salvador de nossas vidas. Depois, guardar os mandamentos de Cristo em busca de uma verdadeira santificação.