CORAÇÃO PARTIDO
Lágrimas soltas, inertes, possessivas lágrimas da loucura,
Manchas da razão, civilização doentia,
Justo pecador no caldeirão da amizade.
Intranquilidade, nação, mártir,
Estrelas reluzentes em fração de segundos,
E o beijo dela, fatal interrogação.
Por que?
Quando?
Onde?
É sim ou não?
Nascente de paz, gruta vermelha, oriunda canção que segue meus passos,
Implanta-se o marca passo em válvulas que falham,
Não acendem, não dão cor.
Horror de um sangue latino na explosão de veias serenas, meiga legião.
Montanhas arteriais, estúpido pavio,
Mata-me de infarto, miocárdio e pavor.
Caverna cansada, ferida de flecha,
Tortura-me prazer, razão desigual.
Perdão, acalanto,
Mágoa dos prantos, jardins de verão.
Bate, bate, bate,
Pula na corda do peito,
Jorra na divisa do seio,
Aperta nas fontes da escuridão,
Quais são?
As razões e os segredos do meu coração?
Afasta de mim esta dor e me encanta,
Canta pra mim, não me faça sofrer,
Entenda o porquê da vida,
Da estrada florida,
De um mundo órgão.
Explode no meu peito este desejo,
Mas em mim, não pare não.
_ Parte-se coração !