Efuturo: Primeiro Capítulo [Livro/Romance Policial] Clube de autores

Primeiro Capítulo [Livro/Romance Policial] Clube de autores

CAPÍTULO 1
NO TRIBUNAL.


Dois meses antes das férias do jovem advogado Tom Aniston.
Ele fora visitar e argumentar defesa para seu cliente Constantino.
Havia uma data marcada para a sentença no Julgamento, mas as minuciosas pistas do crime providenciaram um novo trajeto naquele tribunal.
Seu cliente jamais escondera a verdade a Aniston porque neste momento, sua vida de verdades ou mentiras dependia de um único homem a qual lutava para defendê-lo e absolvê-lo mediante suas provas e esclarecimentos aos olhos públicos, jurídicos, promotores públicos, juízes enfim; a verdade devia ser abstrata, concreta e única.
O JULGAMENTO TINHA COMEÇADO
Gilsom Cloe, Promotor Especial do Estado, levantou-se para fazer o discurso de abertura aos Júris.
Cloe era um promotor eficiente, mas já se confrontou antes com Tom.
Sua eficaz promotoria muitas vezes era invariavelmente inexorável. Cloe tinha o raciocínio instantâneo de transformar as provas em especulações.
Tinha o raciocínio Jurídico mais intenso que Tom
Mas esta não era seu alento.
Fez um discurso conciso e objetivo.
Cloe da Promotoria:
- Antes de este Julgamento terminar, o Estado provará que o acusado estava na cena dos dois crimes.
GILSOM CLOE, DA PROMOTORIA, INTERROGAVA UMA TESTEMUNHA:
- Por favor, diga o seu nome à corte.
- Celso Soares.
- Ocupação?
- Sou advogado
- Olhe o acusado sentado no banco dos réus, Senhor Soares. Diga à Corte se já o viu antes.
- Sim, senhor.
- Diga-nos, por favor, em que circunstância teria o encontrado?
- Encontrei- o em meu escritório?
- Qual foi o motivo?
- Ele queria anular o pedido de divórcio que sua mulher fez, mas sem nenhuma publicidade.
- Ele queria anular apenas um pedido de divórcio ou avaliar o conteúdo do testamento?
- Objeção, Meritíssimo!
- Objeção negada.
Continuando.
- Então, Senhor Soares, responda a pergunta, ele teria algum interesse em seus bens?
- Não, não que eu saiba.
- Ele teria matado– a, porque só assim herdaria toda a sua fortuna e sua apólice de seguro estaria garantida sabotando um crime específico para que sua autoimagem fosse refletida ao vê-la e não enigmática. - Então? Constantino anulou o pedido de divórcio?
- Não, a papelada ainda estava arquivada.
- Por que Constantino não queria publicidade? – Era um fato simples, uma anulação. - O acusado estava ganhando tempo enquanto providenciava sua morte?
- Objeção Meritíssima!
- Sustentada.
- Tudo bem! Disse Cloe. A testemunha é sua, sem mais perguntas.
- Obrigado Senhor Soares.
TOM ANISTON, ADVOGADO DE DEFESA, LEVANTOU – SE, FOI ATÉ A TESTEMUNHA:
- O Senhor é advogado, Senhor Soares.
- Sim, Senhor.
- É um advogado magnífico, tenho certeza. Estou surpreso por nossos caminhos terem se encontrado.
- Em que tipo de Direito o Senhor se especializou?
- Ocorrências jurídicas.
A resposta era uma seta lançada com perfeição.
Uma expressão bastante embaraçosa apareceu no rosto de Cloe
- Nunca trabalhei em acontecimentos de separação, dizia Aniston numa voz de profissionalismo.
Por isso terei de recorrer sua perícia e sua objetividade. – Ora Senhor Soares, faça uma estimativa de quantos divórcios realiza. – Aposto como é muito ocupado. Disse Tom Aniston.
- Realizo tanto quanto posso.
- Tanto quanto pode?
Havia uma ênfase na fala de Aniston.
- Às vezes.
Não quero me intrometer em seus negócios, mas quanta percentagem lucra em seus divórcios realizados?
- Não são todos divórcios.
- Não disse que só trabalha em ocorrências jurídicas?
- Sim, mas alguns deles... Trocam de ideia por qualquer razão, se harmonizam, é fato.
Aniston assentiu, com amabilidade, foi até a tribuna do Juiz para argumentar sua habilidade de consciência:
- Com licença, Senhor Meritíssimo, os lábios desta testemunha treme, alguém o comprou.
Ele está traindo a Corte. Sem mais perguntas. – Obrigado, o Senhor ajudou muito.
O recesso foi mantido por vinte minutos, até a chegada da segunda testemunha.
GILSOM CLOE INTERROGA A SEGUNDA TESTEMUNHA:
- Por favor, diga o seu nome à Corte.
- Karina Cruz.
- Ocupação?
- Sou estilista.
- Especializou-se em Design em moda ou passa seu tempo em confecções baratas?
- Tenho minha própria confecção e me especializei sim, em Design em moda, está no meu sangue o estilo de se vestir.
- Olhe o acusado, já confeccionou roupas para ele?
- Não Senhor, para ele não, mas para a esposa dele.
- Quantas vezes? – Algumas, de vez em quando, sempre...
- Algumas vezes, mas confesso que foi de muitos estilos e de alta quantia e ela sempre pagava à vista.
- De que estilo você confessa?
- Digo vestido de alta sociedade, Black tie, roupas masculinas também.
- Suponho que o réu tenha usado Black tie em noites calientes e...
- Objeção! Meritíssimo, replicou Aniston. – Meu cliente tem o direito de ser respeitado até porque o veredicto final ainda não foi apresentado.
- Objeção sustentada.
Cloe foi terminando o interrogatório.
- Obrigado, Senhorita Cruz, sem mais perguntas. Tenha um bom dia.
TOM ANISTON COMEÇOU O INTERROGATÓRIO:
- Senhorita Cruz, desculpe-me a intimidade, seu vestido é bastante elegante.
- Foi feito em Paris?
- Sim, comprei em Paris.
- Quando exatamente comprou?
- Oh! Há quatro semanas
- Que dia da semana, Senhorita Cruz?
- Não me lembro de agora.
- Por favor, tente se lembrar dum voo de Washington à Paris não é tão complicado assim. – Então?
- Bom, acho que foi numa terça-feira de manhã.
- Bem, Senhorita Cruz, quando as roupas confeccionadas foram entregues, a data dos recibos e a sua assinatura de entrega está exatamente no dia do seu voo que por engano seu não foi à Paris, mas sim à Suíça.
- Pode nos dizer o que está escondendo?
- Nada, Senhor.
- Por que mentiu?
- Não sei Senhor.
- Objeção! Meritíssimo, gritou Cloe de sua cadeira semi levantado.
- As perguntas não estão de acordo para o procedimento estabelecido perante essa audiência.
- Objeção Negada. Pode continuar, assentiu um dos Juízes.
Continuando.
- A Senhorita diz ter ido à Paris para comprar um vestido, que por seu profundo conhecimento à moda, o modelito usado é de uma confecção Inglesa. Não nos importamos com que tecido se veste, onde faz suas compras, o que mais importa nesta Corte é que nos fale a verdade, nada mais. A questão é que mentiu até quando fez o juramento.
– Sem mais perguntas.
Terminando a Segunda semana de Julgamento, estava ficando cada vez mais difícil, à medida que as testemunhas subornadas de alguma forma pisavam os pés naquele tribunal.
Tom amava sua profissão que era de pura magia, paixão e morte. Não fez caso do acontecido, sabia que era um fato forte baseado em provas contra o réu.
Portanto, foi com o sentimento de determinação que manteve seu controle.
O caso estava sob investigação. Seu cliente estava sendo considerado o principal suspeito, mas as investigações juntamente com a equipe de perícia negavam qualquer publicidade oficial.
Prevalecia uma sombra de dúvida e isto prorrogava a prisão preventiva de Constantino.