SER POETA I
Rio, 31/10/89.
Os olhos do poeta
Veem numa gota d’água
Uma sublime poesia,
No barulho do mar
Uma verdadeira sinfonia,
No vento que assopra
Uma canção que acalanta,
Na flor que se abre
Um grande sorrir,
No pássaro que canta
Louvor a surgir,
No mato que ao vento se encurva
Reverência a mostrar,
No gado mugindo
Louvor a cantar,
Na cachoeira cantante
Palavras surgindo.
O arvoredo se encurva
E vai se unindo!
O céu num azul
Está alegre sorrindo!
O sol ao fundo brilha!
Tudo isto é muito lindo!...
E ensina ao poeta
A olhar e ver,
E ter no ouvido o perceber,
E não ser poeta por querer,
Mas ser poeta do Eterno Ser!...
SEDNAN MOURA