Um uivo na madrugada fria
Fui por um uivo que rompeu o silêncio da montanha
Acordado na escuridão do quarto, a cama imensa
Sozinho a aquecê-la e a sentir a solidão intensa
A devorar meu coração, parte de mim que não se acanha
O uivo ecoou e outros se sucederam, lançados pela matilha
Sobre o vale coberto por edificações onde outros dormiam
Ouvi o vento raspar suas garras na janela enquanto cães latiam
E pensei em você, nos seus olhos, que não guardam nenhuma armadilha
Queria beijar tua boca pequena, sentir mais uma vez
Embebedar-me com teu perfume que me encanta e faz perder a razão
Mulher asiática e pequena por fora e grande por dentro, só emoção
Mulher que me enlouquece com esse olhar e essa aveludada tez
Por que o impasse toma meu coração e faz divergências
Causando-me a dor da incerteza, em agonizante tensão
Quero compartilhar minha luz contigo, em grande paixão
Fazer-te acreditar de novo no amor, eliminando tuas carências
Ouço novamente o uivo e sei onde está o animal
O lobo de pelo brilhante que pode ser feroz ou manso
Está dentro de mim, em busca de ti, coisa que não me canso
Ele está ardendo em paixão, querendo teu beijo incondicional
Robert Thomaz