AMAR-TE-EI AURORA
Se és bela ah Aurora! Irei enlouquecer.
Se tens pudor diante terras
Amenos serão o teu viver...
Já não morres em morros
Perante este entardecer,
Viveras em roseiras perfumados, coloridos,
Porém perigosos, mas este é o teu viver.
Tentarei abrigar-te em meu peito
Como tatuagem franzina, eterna e impregnada:
Em escultura de amar...
Ah aurora!
Se fores não suportarei este pranto,
Pois esse mulato já chorou por você,
Em ruas por cabarés tiveras a adoecer...
Fostes embora arrancando meu viver,
Tua vida junto à minha só foi saudade.
Ao partires mataste meu coração,
E de tanto amar-te, suplico-te em leito de morte:
“Em outra vida me deixa amar-te a cada anoitecer...”.
Meu coração desdenhado foi,
Por tanto AMAR-TE, por tanto QUERER-TE...
Essa é a suma deste amor
Que narro em dores cruas
Por nunca conseguir esquecer-te.