Enigma!
No canteiro dos lírios
Estão caídas as pétalas de uma rosa
Cor de sangue
Por onde andávamos
Quando vínhamos
Pela tarde
E houve um grande amor
No nosso coração
Eu sinto correr em meu corpo
Palpitações desordenadas
Porque aquela rosa
Trouxe-me a lembrança
Do teu sexo
Que eu não posso ver
Sob a lívida pureza
Da tua pele calma
Sinto o vento em meu corpo
E vejo que estou nua
E ardente...
Vejo teu corpo dormindo
Diante dos meus olhos
Se soubesse...
Sinto me desfolhada
Em suas mãos
E sinto escorrer em mim
O sêmem de minha volúpia
Hoje...
Continuo misteriosamente vivendo
Trêmula
Como um último suspiro
O sopro dos ventos
Espalhou as pétalas
Mas
O enigma da rosa
Permaneceu!