Saudades
Distantes estão os caminhos
Que vão para o tempo
A cidade deserta
É o espaço onde sonho
Os grandes vôos solitários
Longe de mim
Os desertos continuam impassíveis
E... Nos bosques
Procuro a seiva úmida
Mas, os troncos estão morrendo...
No chão, vejo magros corpos enlaçados...
De onde a poesia fugiu
Como o perfume de uma flor
Sou como o velho barco
Longe do mar
Cheio de lamentações
No vazio do bojo
Homem que eu amo
Essência perdida
Num ar de inverno
Não me deixes partir
As viagens expandem a vida
E porque eu partiria?
Se há em ti
A viagem muito pura
A viagem do amor que não volta
A que me faz sonhar
Do mais fundo da minha poesia
Nada pertence para a vida
Só eu permaneço parada
(...) Dentro do tempo;
Esperando...
À borda de abismos irreais
Em que me lançaste; e que depois...
Eram abismos verdadeiros.