OS ARCANOS MAIORES DO TARÔ EM POEMAS: O JULGAMENTO
O JULGAMENTO
Esperar em paz até o soar da trombeta,
Para renascer do sono profundo
E acordar em pele e pelos,
Liberto de indumentárias e ornamentos
Que escondem quem realmente sou.
Quem sou eu?
Renascer das cinzas feito fênix
Pois, de verdade, sou como esta ave
Que sempre renasce a partir do pó largado ao chão,
Do pó que antes, muito antes, veio das estrelas,
Pois, neste mundo, somos todos estrelas.
Sou só mais uma estrela entre todas as estrelas?
Não há porque temer o Juízo Final,
Porque, ao bem da divina verdade, somos todos
Fragmentos do imenso todo que se estende
Rumo ao infinito dos infinitos e além.
Na verdade, eu e tu somos esta infinitude.
Como compreender esta infinitude?
Não há que temer a hora da remissão dos pecados,
Já que o grande e imensurável pecado
É a ilusão de que não somos a centelha divina
Que brilha dentro e brilha fora,
Pois somos muito mais que pó das estrelas;
Somos, eu e tu, esta incompreensível infinitude.