Efuturo: Barafunda

Barafunda

Ingressei com altivos sonhos, na disputa com milhares,
almejando no labor, lisura, retidão e probidade,
encontrei resistência, e condições rudimentares,
demovendo a inspiração, e vivenciando promiscuidades.

Convivo com colegas que abraçam o pedantismo,
arraigados em vaidades, no labor da indolência,
arrogância pela estabilidade no cotidiano sem idealismo,
ociosidade improdutiva em colegas da incompetência!

Esmoreci no dia a dia, e na discriminação,
o salário é vitupério, é afronta ao meu saber,
ressentido com o desvalor, minha eloquência é comoção,
desalento no trabalho; apresentaram-me o padecer.

Tacanhas repartições moribundas,
prestando serviços medíocres e desregrados,
a ociosidade incita a barafunda,
pela preguiça de servidores desvirtuados!

Estímulos se infirmaram, trouxeram-me o arrefecer,
no governo de corruptos, os exemplos são seguidos,
medito sobre a escolha, que fomenta o meu prover,
as dissimulações e hipocrisias sempre estiveram me atingindo!

Hoje, todos querem prestar concursos,
para servidores e serventuários;
é a viciosa estabilidade em percurso,
com proventos garantidos pelo erário.

Buscam a nomeação para o exercício do poder,
na competição acirrada, pelo impetuoso embate,
os quais serão séquitos da empáfia em arremate,
pelas paixões e vícios que irão se suceder!

No serviço público, os melhores vão para o ostracismo,
enaltecem-se os piores, envoltos pela inveja e adulação,
é a consequência de um governo que não induz o patriotismo,
mal atendidos pela torpeza, quem paga a conta é o cidadão!