OS DIABINHOS DA FAMA
Talvez, estamos vivendo a época em que entrar no mundo da fama tenha se transformado em obsessão. A moda do momento são os “youtubers”. A fama é uma sereia com seu canto mágico. Se perguntado aos meninos jogando bola nos campinhos de terra, a fama já não está mais em jogar num time do Brasil, ou na seleção. A fama está em jogar no Barcelona. No Real Madrid. Nas cifras em Euros.
Os caminhos para a fama são muitos. E todos eles são difíceis. Claro, sempre existem aqueles que nascem com o bumbum virado para a lua. Esses naturalmente são exceções à regra.
Como exemplos gosto de citar J. K. Rowling e Paulo Coelho. Quem assistiu ao filme contando a saga da autora de Harry Potter para publicar seus livros, vai saber do que estou falando. Por anos em Londres, todos os editores achavam que ela deveria continuar uma professora. Até que um editor americano descobriu a mina de ouro.
Já com Paulo Coelho a fama foi imediata. O filme “Não Pare na Pista” que conta parte da sua vida, mostra tudo o que a juventude não deveria aprender. O milagre estava no O Alquimista? No Caminho de Santiago? Eu acho que estava no seu bumbum.
Aqueles que escalam a escada da fama e chegam ao topo, encontram um obstáculo ainda maior. Nem todos que chegam conseguem conviver com os diabinhos da fama. Então, despencar da escada é algo muito comum de acontecer.
Numa tarde da semana passada enquanto zapeava pelos canais de TV, um deles exibia o filme “O Guarda-Costas”, estrelado por Kevin Costner e Whitney Houston. Na época, Whitney vivia o auge da carreira, e por consequência se equilibrava no topo da fama já com alguns escorregões.
Naquela mesma noite, a série “Autopsia de Famosos” do canal “Investigação Discovery” exibiu o episódio sobre a morte de Whitney Houston. É trágico como as bebidas, os remédios controlados e as drogas, vão destruindo a fama. Neste processo ainda estão incluídos além de maridos e amantes, as más amizades. Os interessados no dinheiro fácil. Mais tarde, sua filha trilharia os passos da mãe
A série tem dezenas de episódios. De cantores a estrelas do cinema, todos os que foram encontrados mortos representaram o mesmo script. Entre os famosos existe cracolândias invisíveis. Invisíveis porque são luxuosas.
Logicamente o mundo dos famosos brasileiros não difere muito. Se houvesse uma série “Autopsia de famosos” aqui, saberíamos da tragédia que foi a convivência deles com a fama. Nenhum foi herói, mas a maioria morreu de overdose nas cracolândias invisíveis. Vencidos pelos seus diabinhos.