Velho cansado da vida sim, do amor não
Sou homem grisalho, da cabeça aos pés, sou homem cansado
Cansado da vida, da labuta renhida, da poesia desconhecida
Amante da beleza, do amor, da natureza, da literatura querida
Ando pelas ruas, subo escadas, arfante, coração a gemer pesado
Velho com alma sem pretextos, amor decidido por desejo irado
Amo desde jovem a mesma e doce mulher, doce perdida
Morena de muito corpo, muito cabelo que me consome na medida
E a canseira é no corpo, não na vontade porque sou velho ousado
Ela é cara e grata motivação que ao luar me enlouquece
É figura de magia, de encanto, que abre as portas da inspiração
Adoça minh’alma no olhar, em sorriso, fato que me endoidece
Minhas poesias tem seu DNA, sua marca pantera, fêmea em extinção
Sinto-me intrincado a tua carne, textura morena e terna, que me aquece
Sou grato ao Senhor da História que me concedeu ser em adoração
Robert Thomaz