(RE)(IN)VOLUÇÃO: grandes almas
É preciso mudar,
transformar o mundo na nossa aldeia,
onde as crianças brincam no lago,
crianças nuas e felizes,
onde o cheiro de café percorre as manhãs de inverno
e penetra suavemente as nossas almas,
na mais pura calma,
um tempo sem pressas...
Deixar de nos escondermos
entre as paredes das nossas fortalezas,
destruir o medo de nos expormos,
na nudez das nossas crianças risonhas,
e ver que o mundo não é só o espaço
restrito do nosso ser (nosso ter).
Descobrir,
perceber que as estátuas são de bronze
perceber que os seres humanos são mais importantes,
muito mais importantes,
que as estátuas (heróis enrijecidos),
que o bronze das estátuas
(humanos metalizados).
Despir,
abandonar o sonho das inúteis grandezas
e perceber que o mundo é a nossa rua,
que o mundo cabe na nossa rua,
com seus buracos a serem tapados,
mas com flores também,
muitas e belas flores,
e tornarmo-nos grandes,
almas grandes... grandes almas...