Chorando na Chuva (T165)
Chovia muito e ele estava ali sentado, pensando se não era hora de se declarar. Como ela saberia o que se passava em seu coração se nunca chegou a falar de seus sentimentos para ela.
Sempre foram bons amigos, ela contava tudo para ele, a amizade era muito forte entre eles, só que ele não sabia em que ponto perdeu o controle e esta amizade se transformou em amor que com o tempo se intensificou. Mas sua timidez não deixou nunca que se declarasse a ela.
Suzana era linda, fogosa, uma pessoa alegre, amiga nas horas difíceis, sabia escutar e dar conselhos sábios, tinha uma inteligência aguçada, não era difícil se encantar com seu jeito, principalmente quando sorria.
Ah! Suzana despertaste a paixão naquele coração, Alex agora vivia evitando se cruzar com Suzana. Não sabia o porquê mas já não a procurava mais para aqueles longos papos que tinham. Agora sentado naquela poltrona perdido em pensamentos, escutando a chuva batendo no telhado, imaginava a solução que era tão simples, porque não se declarar, mostrar todo o seu sentimento, deixar transparecer tudo o que sentia por ela, e tinha que ser naquele dia, não importava o tempo lá fora, ele já tinha tomado a decisão, pegou o seu guarda-chuva e saiu naquela tempestade.
Andava depressa e a cada passo o seu coração pulsava mais forte, a ansiedade tomava conta de seu ser, era algo indescritível, buscava a coragem de dentro do peito, "Deus me ajude", pensava ele, "não vou desistir agora", já estava perto, diminuiu os passos, parou tomou fôlego, continuou um pouco mais lento, parou atrás de uma árvore que havia na frente da casa dela.
É só atravessar a rua e pronto dizer o que tinha em mente, simples. Saiu detrás da árvore e de repente petrificou-se, havia um homem à frente da porta, pode ser um vendedor, mas àquela hora, ela atende e dá um beijo ardente na boca daquela estranho, aquilo foi um golpe muito forte para ele.
Deixa a mão que segurava o guarda-chuva cair e agora a chuva lhe escorria pelo rosto, ao longe escutava-se a música "Cry in the Rain", pois era o que queria, chorar na chuva para que ninguém visse seu pranto de dor.
Alexandre Brussolo (18/01/2009)