LINDA CABOCLA!



Linda Cabocla, nos teus olhos há desejos,
mistérios da mata,
lampejos da lua...

Tua boca é uma rosa se abrindo, vermelha;
uma fruta madura de beijos maduros
que eu quero apanhar!...
Tua boca é uma fruta gostosa!
Será assim como um bago fresquinho,
branquinho, da cor do ingá!

Teu sorriso, cabocla, é tão doce é tão bom,
que há nele murmúrios de cascatas e o som
das águas descendo na mata fechada...
Teu riso, cabocla, parece as manhãs,
igual o clarão do sol que ilumina
os caminhos da alma – suave carinho
que se abre na pele macia e corada
de um doce caju!

Imaginar teu corpo, molhado, cheiroso,
(se agora te apanho!...)
- Teu corpo sedoso, tão bom,
tão gostoso, despido do banho...
Teu corpo sedutor se exibindo nu!

Teu corpo insinuante, roliço, moreno,
de carne tão dura, tão cheia de vida,
é assim como a flor que dá mel e veneno
por entre as ramagens, furtiva,
se esgueirando escondida!

Teus seios, cabocla, nem sei...
Os teus seios redondos
rompendo o decote sem medo nenhum,
Já trazem dois alvos pra boca da gente
nas pontas atrevidas da cor do urucum!

Cabocla! Cabocla!

Minha alma eufórica está louca!
Daria minha vida, cabocla,
nas noites de lua
pra ter-te em meus braços, despir o teu corpo,
- assim como a rosa entreabre um botão...

Morder os teus lábios, sentindo-te nua,
sufocando em beijos tua boca macia,
morando em teu corpo plantado no chão!

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Cabocla! Cabocla! Não sei me conter!
Assim, quero ter com toda avidez
teu corpo tão liso - minha tentação!


Francisco de Assis Silva