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   BENTO JUNIOR


CANGACEIROS NORDESTINOS
ENTRE TANTOS OS DESTINOS
Escrito por Bento Júnior

Vos digo sem pretensão
Eu sou fã quase confesso
Dos causos que me deram
Dentro dum papel impresso
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Nos anais deste progresso.

Precisamos estudar
O cangaço no Cordel
É drama para teatro
É figura pro pincel
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
É Arte no meu plantel.

Kydelmir pesquisador
O cordelista dos Dantas
Quem for falar de cangaço
Use de suas mãos santas
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
As referências são tantas.

Cantamos com poesia
Povo de Nova Floresta
Como riachos perenes
Um paraibano na testa
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
És água fazendo festa.

José Américo fez
Na Bagaceira de tudo
Desta terra Potiguar
Nosso Câmara Cascudo
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
No tabuleiro do Ludo.



Na visão destes poetas
Pesquisar é ter memória
Numa troca de saberes
Os livros fazem história
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Na derrota, na vitória.

No Rio Grande do Norte
Nesta nossa Paraíba
Alagoas e Sergipe
Tinha tanta macaíba
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Nas trilhas da pindaíba.

Pernambuco, Ceará
Na Bahia do Nordeste
No Piauí, Maranhão
Não passou cabra da peste
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Tem ainda quem te deteste.

Não vou falar do cangaço
De cangaceiro topei
Vejamos o que vai dar
Nestes nomes que peguei
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Simplesmente te contei.

A lista tem Açucena
Depois Antônio Godê
Gentil ordem alfabética
Que trago para você
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Que vou chamar vosmecê.

Tonho Batista Sobrinho
No total são dezesseis
Bernardo, vil Engracia
Do Ó, o que mais deveis
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Tudo mais, o que fazeis?
Sinhô Naro, Mariano
Tôi do Gelo, Marinheiro
Matilde, Peixe, Pereira
Tem o Tonho bom parceiro
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Pro meu Cordel Brasileiro.

O cangaço foi tão forte
Tinha também o famoso
O tal Antônio Silvino
Nordeste é orgulhoso
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Porcino foi fervoroso.

Thomaz, também tem Valério
Dezesseis não é segredo
Entremos na fértil ordem
Cangaço tem Arvoredo
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Asa Branca causou medo.

Cangaço, nomes diversos
Chamamos Atividade
Tem Bagaço, Meia Noite
Balão que fez crueldade
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Andantes da liberdade.

Baliza Sinhô Pereira
Baliza de Lampião
Bananeira, Beija-Flor
Bem-te-vi Corrupião
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
É dor dum escorpião.

Benevides e Benício
Borboleta, Boa Vista
Boca Negra, Bom de Vera
Bicheiro sem reservista
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Tem Bimbão dos cordelistas.
Cabo Preto, Cabeleira
O Cachimbo, Bronzeado
Conosco tem Café Chique
Tinha também Cacheado
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Todo mundo ladeado.

Caixa de Fósco, Cajazeiras
Com Cajueiro, Canabrava
Tem Cansanção, Cariri
Carrasco que se deprava
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Nunca vi gente tão brava.

Carta Branca é o tal
Por nome Pedro Quelé
Casa Velha, Casca Grossa
No cangaço são Pelé
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Nos sertões deram olé.

Cassimiro e Chá Preto
Temos o Chico Pereira
Já chegou Chico Caixão
Olhando pra cangaceira
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Se brincar lhe dão rasteira.

Existe gente de fibra
Neste time do Chiquito
Com um tal Cindário vai
Formar cangaço do grito
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Nos momentos de conflito.

Três Cirilos vão compor
Vou me ver com Lagamar
Tem Antão, temos Engrácia
Este trio popular
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Foram feitos pra lutar.
Dois Clementinos também
Com Cobra Preta, Cocada
Coco Verde, dois Coqueiros
Foram cabras da pesada
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Haja ter a caminhada.

Corisco formou seu bando
Nele vemos o Criança
Criança teve mais dois
Que perderam a bonança
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
No cangaço da festança.

O Damião de Tibúrcio
Também tivemos Dadá
Companheira de Corisco
Naquele pé de cajá
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Comedores de preá.

Delegado, Devoção
O Seu Dô e Seu Duquinha
Esperança tem seu mano
Se foi de forma mesquinha
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
É Lampa na cavaquinha.

Elpídio Freire, Faísca
É Fiapo, é Ferrugem
Temos também o Firmino
Certas vezes em babugem
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Na tocaia, todos rugem.

Flaviano, Floro Gomes
Tem o Francisco Barbosa
Olhem como temos Gato
Para mostrar toda prosa
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Nas formações dessa glosa.
Antônio Silvino teve
Um cabra chamado Gato
Sinhô Pereira também
Haja bicho pelo mato
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Fogem como faz o rato.

No bando de Lampião
Teve Gato tão falante
E também somando tudo
Teve Gato de Brilhante
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Jesuíno foi gigante.

Fura Moita, Gavião
Se chegue Seu Gitirana
Guerreiro, tem Jacaré
Piores que caninana
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Dando bote na cigana.

Quelé, tivemos portanto
Seus três irmãos no cangaço
O Clementino, Quintino
E Pedro vem no pedaço
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Que se perdem nesse laço.

O Nóbrega de Medeiros
Que nós chamamos Inácio
Januário, tem o Jandaia
Que nunca viram palácio
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Pra criar o meu prefácio.

Jesuíno, Jararaca
Tem Giboião, Jaçanã
João Branco, João Brito
Foi tiros na ribaçã
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Pra fugir maracanã.
Cirino, fala João
Somamos cinco valentes
Tem Dedé, tem Mariano
O Nogueira dos Repentes
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Vaqueiro é dos potentes.

Cessando com formosura
Temos o João da Banda
Oh! Terra pra ter João
Daquele que nunca manda
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Um cabra solto debanda.

Virgem como tem aqui
Mostre nobre Joaquim
Coqueiro, tem Cariri
Já chegou Mané Chiquim
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Enfrentando sem pantim.

Tem Gomes, tem Mariano
Temos José Bacalhau
Mais camaradas Josés
Pra fazer o meu sarau
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Haja voz de varapau.

De Joaquim faltou Marques
E de Monteiro também
Vou partir para José
Que não foram Zé ninguém
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Sem no bolso ter vintém.

José também é chamado
O José de Genoveva
Cangaço como tem Zé
Um nome que sempre leva
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Vantagem fora de treva.
O José Baiano fez
JB assinaturas
Com aquele ferro quente
Ele fez as diabruras
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Que perversas criaturas.

O Barbosa, também Coco
Umburana, Bizarria
Haja ter lista comprida
No final melancolia
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Virgem Zé de romaria.

Zé de Guida, Zé Dedé
Marinheiro, Zé Pequeno
Vem Pinheiro, José Roque
Lá na frente tem Sereno
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Angico virou veneno.

Zé Valério, Piutá
Melão, Pedro, José Prata
No cangaço tem José
Na vida de fé ingrata
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Que nó nunca se desata.

Jovino Cirino, Braz
Cabo Velho, Durvalina
Aristéia morre velha
Com outros na repentina
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Na vida que se destina.

Alencar com Alecrim
Enedina com Colchete
Nas benditas caatingas
Deram tanto tirinete
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Como pés de tamborete.
Júlio Porto, Labareda
Inácio, que é Jurema
Labareda com Limoeiro
No cangaço foi problema
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Causando tanto dilema.

Lampião, maior de todos
Preciso que se repita
Que pegou Maria Déa
Nobre Maria Bonita
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Eis, enfim, sua desdita.

O Luís Brilhante, Lua
Branca, Luís no comando
Foram fortes no gatilho
Quando viviam no bando
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Nas terras deste desmando.

Lucas da Feira, valente
Soares foi Juriti
Os Cabras tem cada nome
Bem lembram Aracati
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Pras bandas do Cariri.

Luís Padre, tem Mateus
Temos Lucas das Piranhas
Com Luís Padre fazendo
Essas grandes artimanhas
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Embrenhado nas entranhas.

Maçarico com Malícia
Mansidão, tem Pajeú
Manuel Ângelo soma
Lá no fundo do baú
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Contos de Jacaraú.
Mané Barbosa, de Nara
Tem Mané e tem Marreca
É Barbosa, Benedito
Pra tocar qualquer rabeca
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Não dormiam na soneca.

Tinha Mané de Santana
Um Manuel Isidoro
Porcino, Manuel Prata
Pro leitor fiel imploro
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Para pesquisar devoro.

Toalha, Mané Vaqueiro
Mané Vitor, Mão Foveira
Mão de Grelha, tem Marcula
Parecendo com caveira
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Dando no mundo rasteira.

Mergulhão temos só três
Nós tivemos Mel com Terra
Meu Primo também passou
Naquela tremenda serra
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Que bode triste não berra.

Miguel Feitosa, tem Praça
Chega Mocinho, Moderno
Tem Moeda, Moita Braba
O cangaço foi seu terno
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Provaram do vil inferno.

Cajazeira com Baliza
Mané Tubiba, Vassoura
Contidos na minha lista
Daquela vida caloura
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Plantadores de lavoura.
O Baião foi pro cangaço
E nisto quis ver Honório
Vem antes o Cassimiro
Com um servil acessório
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Eis aqui seu falatório.

Tem Mourão, temos Moitinha
E Navieiro, Passarinho
Também temos o Mormaço
Pastorando no caminho
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Das volantes sem carinho.

Zé Antônio é Padre
No cangaço tem Pancada
Nicolau, Pedro Fernandes
Levaram tanta lapada
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Dos soldados de cambada.

Destas volantes sem dó
Foi lutar Pilão Deitado
Pedro Rocha, Pedro Paulo
E depois chegou Rajado
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Foram ver o sol quadrado.

Porcino com Pinga Fogo
Com Pedro mais rebuliço
Nunca mais teve sossego
Porém foi dando sumiço
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Nos matos teve serviço.

Pedro Miranda, Quintino
Temos o cabra Raimundo
Destes temos logo cinco
Pros combates deste mundo
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Nos crimes do gira-mundo.
Pintadinho, Pitombeira
Quinta-Feira, Rouxinol
Tem Plínio, tem Português
Vigilantes de Farol
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Sem tempo pra futebol.

Quintino, vem Pontaria
Sabonete, Tempo Duro
Relâmpago temos três
Neste Matagal escuro
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Para viver em apuro.

Rio Branco, Rio Preto
Zé da Feira, tem Elétrico
Sabiá e Deus Te Guie
No fator pluviométrico
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Vivendo num viver tétrico.

Andorinha, Zabelê
Vem Tenente, vem Mangueira
Tanta gente já fez parte
Temos bando na cumeeira
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Nessa missão derradeira.

Temos Antônio Silvino
Honório é Cassimiro
Lucas da Feira também
André Marinheiro, miro
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Falar assim dá suspiro.

Tem Saracura, Sereno
Com Serra Branca, com Sila
Bandos fizeram história
Adentrando pobre vila
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Cangaço na longa fila.
Tem Trovão, tem Tiburtino
Teotônio, temos Terto
Com Seu Toinho da Cachoeira
Pessoal do mais esperto
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Como sendo no deserto.

O Torquato com Venâncio
Tempestade mais Suspeita
Bravura nas caatingas
Se rola, depois se deita
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
É forte que não se peita.

Tem Ulisses Liberato
Tem Vereda, tem um Urso
Com Valderedo Ferreira
No que fazem não tem curso
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Das rixas não fez concurso.

Cristino por tantas vezes
Chamado Diabo Louro
Depois se torna Corisco
No bando não foi calouro
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Valente que só um touro.

Besta Fera, Lasca Bomba
Pinga-Fogo, Lua Branca
Alcunhas tão populares
De vida que não se tranca
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Pra não ficar na retranca.

Gasolina, Cobra Verde
Beija-Flor e Sete Orelhas
Serra do Uman e Chumbinho
Sobem por cima das telhas
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Levam ferro das abelhas.
Azulão tiveram quatro
Segundo pesquisadores
De Lampião, mais famoso
Em outros de matadores
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
São seres desbravadores.

Serra do Mar também é
Gente desse meu cadastro
No cangaço destes cabras
Foi folclore, deixou rastro
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Entrelaçados num mastro.

Vinte Cinco, Ventania
Velocidade tinindo
Tem Vicente de Marina
Alguns bando vão sumindo
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Quem fica quer ir fugindo.

No combate de Pedreira
Quem era proprietário
Fazendeiro Saturnino
Seguimos destinatário
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Neste triste signatário.

Lampião quem comandou
Só para dar um retoque
Os Ferreiras neste bando
Não pensou de ter reboque
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Enfrentaram o Batoque.

Marcula, Nego Tibúrcio
Zé Guedes e defensores
Caboclo, também Moreira
Enfrentaram invasores
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Vencem os opositores.
Em Mossoró, Lampião
Não teve sua pataca
Do combate na cidade
Torturaram Jararaca
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Mossoró cabo de faca.

Em Pinhão teve massacre
Amoroso, Zé de Vera
Volta Seca, Labareda
Na cruel vida sincera
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Haja fuga pra cratera.

Lugarejos atacados
Combatendo coronéis
A proteção pro cangaço
Combatida nos quartéis
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Estudo dos menestréis.

Vivendo dentro do mato
Percorrendo lugarejo
Por coiteiros escondido
Saciando seu desejo
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Deus dizendo: -Te protejo!

Cabeças decapitadas
De Zabelê e Canjica
Na luta morreram quatro
Emboscada não se fica
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Tome fogo na chulipa.

Azulão, Maria Dórea
Também ali morreram
Uma perda pro cangaço
Contam os que viveram
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Uns se desentenderam.
No bando tem Tonho Rosa
Calais e um tal Graveto
Cangaço nos manuscritos
Citados nestes boletos
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Já quase num absoleto.

Tanta gente se formou
Dentro do cangaceirismo
Sabino com Sabiá
Fizeram malabarismo
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Com reacionarismo.

Foram mortes inocentes
Baitas vidas sucumbidas
O viver dentro das matas
Acalentou despedidas
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Cicatrizes das feridas.

Temos bandos exaltados
Sinhô Pereira, Corisco
De Lampião, Benevides
Correram bastante risco
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Que se tornaram arisco.

Do Tibúrcio, Jesuíno
O Bando de Floro Gomes
Revoltado com sistema
Vinte e Dois e tome nomes
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Tiraram seus sobrenomes.

Cangaço de gênio forte
Não é fácil entender
Lutando pelos direitos
Estudamos pra saber
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Tudo pra sobreviver.
Cangaceiros fazem parte
Das injustiças sociais
Revoltados num sistema
Dessas forças desiguais
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Sangue bravo dos jornais.

No cangaço teve guerra
Hoje vemos só beleza
O Lampião com seus cabras
Ponto Fino, Fortaleza
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Restavam tão só Tristeza.

Se pararmos pra pensar
A gente perde sentido
A legião que formou
Neste sertão ressentido
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Buscavam o prometido.

Quase com o pé no fim
Vou ficando por Angico
Nesta Grota do cangaço
Virgulino diz: - Eu fico!
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Onze se foram no bico.

Mais de trinta dormiam
Outros mais se mandaram
Sucumbiram Lampião
As cabeças cortaram
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Outras logo formaram.

Efêmera duração
O cangaço ganha sim
O Lampião fez história
Eu digo tudo por mim
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Lembrar nunca terá fim.
As promessas ilusórias
Nos seios da consciência
Um tipo de pensamento
Que segue sobrevivência
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Entender, ter paciência.

No cangaço das alcunhas
Seu batismo fez efeito
Se faltou citar alguém
Os cujos nos dão proveito
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Vou seguir este conceito.

Certos nomes esquecidos
No Nordeste do Brasil
A justiça pelas mãos
Sem ter água no cantil
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Do poder sempre servil.

Por estas, também por outras
Estudar tem seus mistérios
Vou terminar meu Cordel
No flerte dos meus critérios
Cangaceiros nordestinos
Entre tantos os destinos
Faço rir teus impropérios.
FIM
João Pessoa-PB, 04 de abril de 2023.
   BENTO JUNIOR

A CIDADE EM DECLÍNIO Autor: Bento Júnior Revirando os meus papéis É estranho o que encontrei Uma história interessante Que bem distante passei Lembro como sendo agora Escrever sempre esperei. Naquele sonho enfrentei Um famoso ditador Eu rasguei seus medalhões Ele, de nada gostou Partiu para uma luta Nessa fui vencedor. Quando tudo terminou Eu naquela flor da idade Fui atrás de uns cavaleiros Entrando pela cidade Meti fogo em carruagem Somente pela vaidade. Nesta promiscuidade Decretei toda prisão A um maldito salafrário Que vendia o pobre irmão Pendurei a cabeça dele Num poste da Conceição. De repente a solidão Montada em seu bom jumento Ri numa felicidade Tamanho contentamento Pegou a sua nobre espora E fez dela movimento. Voa alto naquele vento Aquela águia europeia Que beliscou o meu cavalo E eu tive logo uma ideia Levar adiante o caso À uma grande assembleia. Tava lotada a plateia Muita gente do mundo Para ver aquele embate Com o soldado Raimundo Quem ganhasse aquela luta Teria o amor mais profundo. Neste instante um moribundo Vindo da baixa da égua Pede pelo mais sagrado Que a gente desse uma trégua Foi determinando o tempo Com aquela sua régua. Um jumento andou uma légua E começou a relinchar A orelha dele cresceu Fez morto ressuscitar População em sofrimento Quis tão somente pensar. Vocês não vão acreditar O que este soldado fez Pegou uma espada brilhosa E foi falando outra vez Porque ele já era o dono Eu dele fiquei freguês. Galinha que era pedrês Começou a dizer amém Que os bichos todos da mata Cantaram tema do além A águia triste num canto Foi chamando mais de cem. A comida foi xerém Enchendo o bucho de tudo Faminto deu logo um tempo E o viver foi mais sortudo Vencendo a luta sem luta Entra em cena o grande entrudo. Nesta história não me iludo Tanto mais que verdadeira Fui ser controlador Conheci uma bandoleira Mulher mais linda dali Me deu logo uma rasteira. Saí, fui na parteira Pedi de volta a mulher Mas o silêncio do parto Transmitia uma tal fé Eu peguei o meu escapulário Fui tomando um café. Naquele instante o Mané Responsável na fornalha Me pegando pelas mãos E foi subindo na calha Eu vi toda moradia Toda coberta de palha. Falei: - Nada me atrapalha Eu cumprirei o prometido Vencer peleja com cão Isto, enfim, terá sentido Não posso me acostumar Com tanto ato pervertido! Recebi bem merecido A flor coberta de espinho Escrita em laço de fita Uma frase com carinho Dizendo que eu fosse embora Esquecesse o meu cantinho. Quem foi aquele diabinho Que aprontou a indelicadeza Porque sou toda promessa De acabar logo a pobreza Fazer a população Vivenciar a riqueza? Mas, foi tão grande a brabeza E o povo todo instigando As vozes vindas das casas Iam todas misturando Naquilo surge o perdão Vai em tudo só atirando. Fui logo me jogando Ao cair tantos pedaços Meu coração só tremia Na composição dos aços Uma espada saindo dele Criava mais embaraços. Nada disto era fracasso Tão somente a paciência Eu peguei os meus documentos Gritei algo pela ciência O povo que não me ouvia Dizendo: - É indecência! Minha vida penitência Nas mãos daquele poder Meu coração se arribou Muito antes de perder A cabeça de um jumento Começando a se mexer. Fiquei sem nada entender Só queria ser bem vindo O povo todo cansado Das ruas se poluindo Rio que corta o lugar Foi bem depressa se abrindo. Juro que não estou mentido Verdade tudo que apronto No rio entraram as moças E isto foi muito afronto Davam risadas os jovens Naquele grande confronto. Neste ato eu não deixo pronto Dou vírgula e sei da história Moças quando nasciam Se prestavam para a glória Tantas se debandavam Pra viverem pela escória. Neste tempo a palmatória Era um exercício nato Na escola sendo aprovado Bater com força sem trato Família assinava em branco Aquele bruxo contrato. Não discordo, isto é fato Neste lugar indecente Onde o valor das ideias Mata o saber de uma gente Poder está no patrão Por ser ele intransigente. Todo mundo era parente Eu me senti como estranho Jesus pegou sua cabra Saiu num grande rebanho Dizendo que era pastor Precisava tomar banho. Com aquele olhar castanho De imediato fitei Aquele espaço tão grande Que nesse início ignorei E pensando em criar gado Num repentino parei. O que disse eu nunca sei Numa eterna disparada Não era mais o meu cavalo Voava montado em nada Gritava e ficava triste Por não ter dado mancada. A testa estava marcada Com símbolo da alegria Nem sabia me expressar Se soubesse contaria Num ritual com tanto anjo As dores suportaria. Tudo isto num simples dia Construí um belo canto Entre o céu no purgatório Foi dentro de um grande manto Diabo em traje de bem E o mal querendo ser santo. Deitado sonho e levanto Penso no raciocínio Enfrentei um bando terrível Pois, escrevi um latrocínio Vi esta cidade crescer E percebi o seu declínio. FIM JP/PB, 12 de dezembro de 2020.
ZÉ CALIXTO, O REI DO
FOLE DOS 8 BAIXOS
Autor: Bento Júnior

Licença meu bem, licença
Pra Paraíba de Zé
Academia e Cordel
Carnaval, Folia e Fé
Fundação tem seu acervo
Na Casa de Seu José.

Na Festa de Arrasta Pé
A maleta vai se abrir
Olhe bem nesses meus versos
Todos querem competir
Quanto mais se tem um Zé
Mais estrada vai fluir.

O Jackson chegou aqui
Era José de batismo
Trouxe a música do Zé
Que caiu no populismo
Como tem Zé Paraíba
Nesta soma de algarismo.

Neste exibicionismo
Venho aqui me apresentar
Este Cordel Brasileiro
Queira logo se sentar
Aproveite este momento
Atenção vou começar.

Sertão que sabe cantar
Zé Calixto é saudado
Quando ele veio ao mundo
Logo mais foi consagrado
Dia 16 de julho
Daquele ano sagrado.

Agreste de céu nublado
Nasce tão nobre rebento
José Calixto da Silva
Neste acontecimento
No ano 1900
E 33 este evento.

Zé Calixto é talento
Músico e compositor
Paraibano de Campina
Artista de bom valor
No fole duma sanfona
Tanta gente já dançou.

No terreiro de Sinhô
Todos dançam pra valer
O Brasil tem Zé com força
Outros tantos pra nascer
Paraibano o que é
Faz da vida seu prazer.

E assim fui logo ver
Calixto puxar o fole
Foi tanta gente dançando
No forró do bole-bole
Até juízo pirou
Bem maneiro e também mole.

Zé Calixto não escapole
Foi gritando Zé Maria
Pedindo pro grande Mestre:
Toque logo a Escadaria
Do nobre Pedro Raimundo
Pra esquentar essa folia!

Nesse amor do dia a dia
Zé Calixto foi freguês
Escadaria, sucesso
Até pro povo chinês
LP - Fino da Roça
Pro pobre e pra burguês.

É tão bom ter altivez
De falar de novo insisto
Este campinense forte
Chamam ele Zé Calixto
Na maestria dos dedos
Tocou na terra do Cristo.

Este músico bem visto
Todo Brasil se rendeu
Foram tantas produções
A música enriqueceu
No fole dos 8 baixos
Só sucesso conheceu.

Zé Calixto já nasceu
Com o dom de sanfoneiro
No vigor dos oito anos
Feito um bom menino arteiro
Tocou forte o acordeom
Neste solo verdadeiro.

Quem toca é forrozeiro
É povo em ribeirinho
Calixto, seus dois irmãos
Bastinho e Luizinho
Meu Deus é muito fole
No cantar do passarinho.

Tocando brasileirinho
De forma bem elegante
Como artista popular
Seu perfil determinante
Zé Calixto, cidadão
Sacola de viajante.

Feito cabra de volante
Que passeia pelo mundo
Zé Calixto nos ensina
Naquele dom tão profundo
A sanfona tem mistérios
Que não dá para ir mais fundo.

Certa feita um vagabundo
Com instrumento bonito
Desafiou o nosso Zé
Formou-se logo um conflito
Zé Calixto não gostou
E lhe chamou de maldito.

Naquele lugar restrito
O cantador pragmático
Falando por outro Zé
Que foi ficando estático
Foram para o Zé Calixto
Gritando: - Tu és dramático!

Este sanfoneiro prático
Que foi virar o veneno
Zé Calixto no poder
Encantar até chileno
Discutindo os resultados
E ser artista sereno.

Zé Calixto fez terreno
No tocar de uma sanfona
Ritmo diversificado
Pra patrões e pra madona
De Campina pro Brasil
Companheira, sua dona.

Gente que se diz cafona
Critica tanto o forró
Zé Calixto teve ritmo
Nos 8 baixos deu um nó
Ensinou a povo sulista
A dançar, pra cair o pó.

Zé Calixto bem melhor
Exercendo a profissão
É Mestre e tem o saber
No Forró da Tradição
Já criou composições
Que falam do São João.

É milho da plantação
Que alimenta o nordestino
Anda por todo Brasil
Procurando o seu destino
Na boa gastronomia
Que provou Tonho Silvino.

Chamar artista, cretino
Nunca foi coisa normal
A sanfona quis provar
De forma bem natural
Zé Calixto tocador
Conhecido o maioral.

O seu som é espiral
Que invade toda esta esfera
Paraíba é celeiro
Nos raios da estratosfera
No real ou virtual
É Zé Calixto uma fera.

Campina Grande na espera
Acima o visionário
Brotando nomes ilustres
Arte de canto operário
Serafim e Genival
Enchendo o itinerário.

Neste fruto hereditário
Zé Calixto instrumentista
A Paraíba se curva
Pelo nome desse artista
A sanfona em suas mãos
Lhe tornou mais populista.

Do Nordeste pro Sulista
Viva a nossa Paraíba
O Zé Calixto, 8 baixos
Lembra um coco macaíba
Na Terra de tanto Zé
Zé de baixo, Zé de riba.

No Rio, em Mangaratiba
O povo se fez presente
Nordestinos fazem êxodo
Plantam a boa semente
Para vida cultural
Na trilha polivalente.

Artista tão bem valente
Mal de Alzheimer se planta
12 de Dezembro, o dia
2020, encanta
Nos degraus do infinito
Zé Calixto desencanta.

Com sua sanfona santa
Zé Calixto foi simbora
87 janeiros
Ao chegar sua hora
Nosso Rei dos 8 baixos
No céu hoje ele mora.
FIM
JP/PB, 07 de fevereiro de 2021.
Compartilhado de: BENTO JUNIOR
   BENTO JUNIOR


ZÉ CALIXTO, O REI DO
FOLE DOS 8 BAIXOS
Autor: Bento Júnior

Licença meu bem, licença
Pra Paraíba de Zé
Academia e Cordel
Carnaval, Folia e Fé
Fundação tem seu acervo
Na Casa de Seu José.

Na Festa de Arrasta Pé
A maleta vai se abrir
Olhe bem nesses meus versos
Todos querem competir
Quanto mais se tem um Zé
Mais estrada vai fluir.

O Jackson chegou aqui
Era José de batismo
Trouxe a música do Zé
Que caiu no populismo
Como tem Zé Paraíba
Nesta soma de algarismo.

Neste exibicionismo
Venho aqui me apresentar
Este Cordel Brasileiro
Queira logo se sentar
Aproveite este momento
Atenção vou começar.

Sertão que sabe cantar
Zé Calixto é saudado
Quando ele veio ao mundo
Logo mais foi consagrado
Dia 16 de julho
Daquele ano sagrado.

Agreste de céu nublado
Nasce tão nobre rebento
José Calixto da Silva
Neste acontecimento
No ano 1900
E 33 este evento.

Zé Calixto é talento
Músico e compositor
Paraibano de Campina
Artista de bom valor
No fole duma sanfona
Tanta gente já dançou.

No terreiro de Sinhô
Todos dançam pra valer
O Brasil tem Zé com força
Outros tantos pra nascer
Paraibano o que é
Faz da vida seu prazer.

E assim fui logo ver
Calixto puxar o fole
Foi tanta gente dançando
No forró do bole-bole
Até juízo pirou
Bem maneiro e também mole.

Zé Calixto não escapole
Foi gritando Zé Maria
Pedindo pro grande Mestre:
Toque logo a Escadaria
Do nobre Pedro Raimundo
Pra esquentar essa folia!

Nesse amor do dia a dia
Zé Calixto foi freguês
Escadaria, sucesso
Até pro povo chinês
LP - Fino da Roça
Pro pobre e pra burguês.

É tão bom ter altivez
De falar de novo insisto
Este campinense forte
Chamam ele Zé Calixto
Na maestria dos dedos
Tocou na terra do Cristo.

Este músico bem visto
Todo Brasil se rendeu
Foram tantas produções
A música enriqueceu
No fole dos 8 baixos
Só sucesso conheceu.

Zé Calixto já nasceu
Com o dom de sanfoneiro
No vigor dos oito anos
Feito um bom menino arteiro
Tocou forte o acordeom
Neste solo verdadeiro.

Quem toca é forrozeiro
É povo em ribeirinho
Calixto, seus dois irmãos
Bastinho e Luizinho
Meu Deus é muito fole
No cantar do passarinho.

Tocando brasileirinho
De forma bem elegante
Como artista popular
Seu perfil determinante
Zé Calixto, cidadão
Sacola de viajante.

Feito cabra de volante
Que passeia pelo mundo
Zé Calixto nos ensina
Naquele dom tão profundo
A sanfona tem mistérios
Que não dá para ir mais fundo.

Certa feita um vagabundo
Com instrumento bonito
Desafiou o nosso Zé
Formou-se logo um conflito
Zé Calixto não gostou
E lhe chamou de maldito.

Naquele lugar restrito
O cantador pragmático
Falando por outro Zé
Que foi ficando estático
Foram para o Zé Calixto
Gritando: - Tu és dramático!

Este sanfoneiro prático
Que foi virar o veneno
Zé Calixto no poder
Encantar até chileno
Discutindo os resultados
E ser artista sereno.

Zé Calixto fez terreno
No tocar de uma sanfona
Ritmo diversificado
Pra patrões e pra madona
De Campina pro Brasil
Companheira, sua dona.

Gente que se diz cafona
Critica tanto o forró
Zé Calixto teve ritmo
Nos 8 baixos deu um nó
Ensinou a povo sulista
A dançar, pra cair o pó.

Zé Calixto bem melhor
Exercendo a profissão
É Mestre e tem o saber
No Forró da Tradição
Já criou composições
Que falam do São João.

É milho da plantação
Que alimenta o nordestino
Anda por todo Brasil
Procurando o seu destino
Na boa gastronomia
Que provou Tonho Silvino.

Chamar artista, cretino
Nunca foi coisa normal
A sanfona quis provar
De forma bem natural
Zé Calixto tocador
Conhecido o maioral.

O seu som é espiral
Que invade toda esta esfera
Paraíba é celeiro
Nos raios da estratosfera
No real ou virtual
É Zé Calixto uma fera.

Campina Grande na espera
Acima o visionário
Brotando nomes ilustres
Arte de canto operário
Serafim e Genival
Enchendo o itinerário.

Neste fruto hereditário
Zé Calixto instrumentista
A Paraíba se curva
Pelo nome desse artista
A sanfona em suas mãos
Lhe tornou mais populista.

Do Nordeste pro Sulista
Viva a nossa Paraíba
O Zé Calixto, 8 baixos
Lembra um coco macaíba
Na Terra de tanto Zé
Zé de baixo, Zé de riba.

No Rio, em Mangaratiba
O povo se fez presente
Nordestinos fazem êxodo
Plantam a boa semente
Para vida cultural
Na trilha polivalente.

Artista tão bem valente
Mal de Alzheimer se planta
12 de Dezembro, o dia
2020, encanta
Nos degraus do infinito
Zé Calixto desencanta.

Com sua sanfona santa
Zé Calixto foi simbora
87 janeiros
Ao chegar sua hora
Nosso Rei dos 8 baixos
No céu hoje ele mora.
FIM
JP/PB, 07 de fevereiro de 2021.