Efuturo: CHOVE

CHOVE

Rio, 1967.
A chuva cai
E dá ao prado
Um verdume
E um perfume
Tão delicado
Tão gracioso
E a cachoeira
Mais agitada
Mais barulhenta
Mais cantadeira
E a seus pés remoinhos
Tão pequeninos
E a algazarra da criançada
Numa alegria
Que se confunde
Com o gorjear
Da passarada
Tão encantada
Com esta chuva
Tão divinal
Que embeleza
A natureza
Dando a tudo
Um aspecto angelical
E até se houve
Vindo do Céu
Um canto doce
D’uma melodia celestial
Cantada por uma legião
De lindos anjos
A chuva inda cai
E dá ao prado
Um perfume
Que embebeda
Tão docemente
Que torna a gente
Numa criança
De inocência
Tão sem igual
Que nos aproxima
De nosso Pai Celestial.

SEDNAN MOURA