Efuturo: Gangorra da vida

Gangorra da vida

Comer, beber, para viver mais um dia,
É a sina de um corpo moribundo,
Esse que carregamos e nos volve
Por esse caminho profundo...

Vai e vem essa balança da vida,
Morrendo aos poucos e tornando a reviver,
A voz que cala fundo na garganta,
O sangue que faz o coração bater...

Dia após dia o sol que renasce,
Tudo renasce dia após dia,
Em uma gangorra que vem e vai,
Em um verso que se torna poesia...

Somos nós aqui a cada dia,
A ir e vir até as margens de um lugar
Aproximar e fugir do trinco da porta
Que nos levaria até o lado de lá...

Somos nós sem perceber nesse jogo
Somos nós a ir e voltar do paraíso
Nesse sistema que nos tapa a vista
Somos nós a fugir do próprio sorriso.