Efuturo: ÂNSIA

ÂNSIA

Minha poesia é fugaz e inútil
maresia, raiz de ventania
que tenta dominar as tantas nuances
e climas de meus olhos indecisos.

Vagueia, displicente, por discursos
que se perdem em métricas e rimas
discutíveis, se veste de incontáveis
reflexos, de ângulos e faces múltiplas.

Desenha correntezas entre os dedos,
flui, na languidez mágica de um beijo,
e se esvai, sem destino, pelos poros.

É mensageira de tormentas, frágil
despojo da batalha em que me venço
- É ânsia incontida de ser Tudo!


(Direitos reservados ao autor. Parte da coletânea "Alguns sonetos que fiz por aí ...", disponível em e-book. Download gratuito em http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/2570211)