Efuturo: Dias Incertos (T1406)

Dias Incertos (T1406)

Hoje não tenho nada que seja alegre para dizer, mas não vou falar de minhas tristezas e nem de mim mesmo, isso já deve o aliviar caro leitor, mas falarei, ou melhor, escreverei, não de algo que alguém ainda não tenha falado, mas é algo tão atual que muitas vezes não se torna cansativo lermos sobre este assunto.
Vivemos, e isto é sem dúvida, momentos caóticos, onde o ser humano está se revelando um ser medíocre, para não usarmos o termo "selvagem", seria abrandar a figura do homem, pois costumamos chamar de "selvagens" os animais e inclusive os indígenas, mas o homem se acha racional e civilizado, mas qual a distância que o separa do "selvagem", muitas, mas não para a superioridade, e sim para a inferioridade.
Se o leitor, meu amigo, percebeu, o termo "selvagem" estou usando aqui como um elogio, pois o índio dentro de sua cultura, dita primitiva, tem muita civilidade, sabem usar realmente o que a palavra comunidade vem a significar. Enquanto em relação a um animal, ele só mata para seu próprio alimento, pois esta é a escala da vida.
Deparamo-nos constantemente com notícias, em jornais, televisão e outros meios de comunicação e informação, de atos bárbaros que nem um "selvagem" teria capacidade de cometer.
Abusos contra crianças, praticados pelos próprios pais, violências e agressões contra elas por pessoas que se dizem profissionais da área, mas que na verdade estão só visando o dinheiro que vão ganhar, e com isso não mostram o mínimo de paciência com o ser pelo qual foi contratado para cuidar e zelar.
Nestes dias nos deparamos com duas notícias que chocaram a opinião pública cometidas contra animais indefesos.
Uma dona de casa que perdeu a paciência com um Yorkshire e o espancou praticamente até a morte, pois ele não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo no veterinário.
E agora mais uma notícia, ainda mais revoltante e cruel, algo que deixa qualquer "selvagem" atônito, uma mulher que a oito anos se dizia protetora de animais, e que algumas ongs acreditavam que era e buscavam seu auxílio, mas na verdade estes bichinhos estavam indo em direção à morte, talvez morte não seria um termo adequado, execução seria mais adequado aqui.
Imaginem aquele animalzinho, que já veio de uma vida de maltratos, chegando contente, abanando o rabinho ou se acariciando entre as suas pernas, pensando que ali encontrou um lar acolhedor e de repente sem saber o porquê perde a vida, mas de uma forma cruel e desalmada e ainda temos que ouvir das autoridades que isto foi um crime brando, só friso novamente que ela fazia isso a oito anos, e estima-se que uns 30.000 animais tenha tido este destino ao cair nas garras desta pessoa desprezível.
Até quando vamos ouvir as autoridades dando desculpas, está na hora deles começarem a se mexerem, a avaliarem este tipo de conduta.
Não quero aqui criar uma comparação entre estes bichinhos que nos encantam a cada momento e as crianças que são seres de extrema pureza, mas é só ver que estes crimes são praticados contra seres indefesos e que não tem a menor chance de se defenderem, não tiveram a mínima chance de optar pela vida.
Somos seres dotados da capacidade de amar, mas muitos estão se perdendo na escuridão.

Alexandre Brussolo (16/01/2011)