Efuturo: Covarde abandono

Covarde abandono

Quando você passa em qualquer lugar
E vê um idoso, um ancião
Doente, ferido a chorar
Lembra-te então:
Este que você vê
Amanha pode ser você
Na mesma situação.

Mas o que me deixa indignado
Difícil de se acreditar
É ver idosos, serem abandonados
Varridos, expulsos, de seu próprio lar
Pelos seus próprios filhos
Que agora adultos crescidos
Não querem se incomodar

Deixam lhes abandonados
Quando deviam lhes dar guarida
Estes á quem o tempo tem passado
Dedicando-lhes suas vidas
E você, de fato
É ingrato
Não filho ou filha.

E o pior, tem crente
Nesta mesma situação
Onde filhos(?) inclementes
Seus “velhos” largando vão
A mercê da própria sorte
No aguardo da morte
a solução.

Mas vos questiono
Sejais de qualquer credo, religião
E justo tal abandono?
Ou carrascos é o que vocês são?
E, mais, terá Deus nada visto?
Subiras com a igreja, com Cristo?
Creio eu que não.

LADISLAU FLORIANO.