O CLÃ
Rio, 29/08/2007.
A boca que engana de ilusões é povoada,
As suas palavras são suaves como vinhos
E toda vida que a ouve fica deslumbrada
E com olhos cegos segue seus caminhos.
Eu vi tolos que iam e outros que vinham
E alguns prostrados à beira da estrada.
Eu vi bastardos mentindo que bocas tinham
E outros, parecendo sábios, de boca calada.
Mas como me comove a despedida!
De tanto riso meus olhos umedecem,
Quem dera fosse hoje, deles, a partida.
Do meu ouvir ando no limite extremo!
Como seres perfeitos todos se parecem,
Mas são como áspides cheios de veneno.
SEDNAN MOURA